Biografia

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Josué de Castro em cerimônia da FAO
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Professores Josué de Castro e Clementino Filho em cerimônia de formatura
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Josué de Castro Arnaldo Niskier
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Josué de Castro em reunião com grupo técnico da FAO
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Josué durante uma noite de autógrafos no Ceara
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Josué durante uma noite de autógrafos no Ceara
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Josué de Castro discursando na ONU
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Josué de Castro na ONU
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Josué e Tancredo Neves em Roma
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Josué Discursando na Câmara dos Deputados
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Josué Discursando na Câmara dos Deputados
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Josué de Castro na FAO
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Josué e Anna Maria na entrega do Prêmio da Paz 1956
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José e a equipe do Instituto de Nutrição RJ
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Josué Apolônio de Castro nasceu no Recife em 05 de setembro de 1908. Ainda muito jovem, aos 16 anos, iniciou sua trajetória acadêmica na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), tendo concluído sua formação e sagrando-se médico pela Faculdade de Medicina do Brasil, atual UFRJ. Autor de dezenas de obras, publicou em 1946, mesmo ano em que fundou o Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil –  INUB – , a obra “Geografia da Fome”, seu livro mais conhecido. Nessa época, o autor tornou-se referência internacional no tema e um dos maiores estudiosos das causas da miséria no Brasil e no mundo

Sendo Josué de Castro, reconhecidamente, um dos primeiros pesquisadores a dedicar-se ao estudo dos problemas nutricionais no Brasil, sua equipe de trabalho deixou importante legado ao desenvolvimento da ciência da nutrição e da profissão de nutricionista no país. Contudo, por conta do viés sociopolítico de suas obras, foi considerado disseminador de ideais inconvenientes ao regime militar. Com o golpe de 1964, teve seus direitos políticos cassados por 10 anos e exilou-se na França, onde continuou atuando como professor na Universidade de Paris VIII, até sua prematura morte, aos 65 anos, em 24 de setembro de 1973.

Considerado como disseminador de ideais que incomodavam o regime militar, com o golpe de 1964, teve seus direitos políticos cassados por 10 anos e exilou-se na França, onde continuou atuando como professor na Universidade de Paris VIII, até sua prematura morte, aos 65 anos, em 24 de setembro de 1973.

Por suas atuações no meio acadêmico e político tornou-se fonte de inspiração para os movimentos em defesa da reforma agrária e do desenvolvimento sustentável, temas tão contemporâneos e pilares sobre os quais se apóia a segurança alimentar. O pensamento de Josué de Castro amplia o foco de análise do problema nutricional, ultrapassando as fronteiras das disciplinas biomédicas e introduzindo, em sua abordagem sobre a fome, categorias analíticas ligadas à sociologia, antropologia e economia.

Dentre tantas contribuições do professor Josué de Castro ao desenvolvimento político-científico brasileiro destaca-se seu decisivo envolvimento na criação das primeiras instituições vinculadas à ações públicas na área de alimentação e nutrição no país, dentre os quais o Instituto de Nutrição da universidade do Brasil, o INUB.

Durante os anos que dirigiu o então INUB, no período de 1946 a 1954, a instituição sofreu forte influência do trabalho e prestígio de seu fundador. Durante sua gestão, o INUB notabilizou-se pelos estudos na área de alimentação e nutrição, tanto em nível experimental mas, em especial, do ponto de vista epidemiológico e sociológico, marcas registradas do trabalho de Josué de Castro. Sendo um dos mais renomados pesquisadores a dedicar-se ao estudo dos problemas nutricionais no Brasil, sua equipe de trabalho deixou importante legado ao desenvolvimento da ciência da nutrição e da profissão de nutricionista no país.

O INUB foi, nas décadas de 40 a 60 do século passado, sede editorial dos Arquivos Brasileiros de Nutrição, primeira revista científica nacional, na área de Nutrição, na qual Castro e sua equipe publicaram os primeiros manuscritos produzidos, no meio acadêmico, nesta área do conhecimento. As páginas desta já extinta revista foram condutoras de importantes campanhas e estudos em Nutrição, como por exemplo, a que resultou na estratégia de iodetação do sal refinado, adotada pelas autoridades de saúde brasileiras como profilaxia do bócio endêmico, condição associada à deficiência de iodo, mantida até os dias de hoje, no programa de Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais do Ministério da Saúde.

Não seria exagerado afirmar que a escola brasileira de Nutrição, entendida como a institucionalização acadêmica do estudo dos problemas nutricionais brasileiros, teve suas origens no INUB, durante o período em que Josué de Castro integrou seu corpo docente.

Em 1996, por ocasião das festividades pela passagem dos 50 anos de existência da instituição, o Instituto de Nutrição incorporou o nome de seu patrono, passando a chamar-se Instituto de Nutrição Josué de Castro-INJC, da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ.

Em 2003, ao completar 30 anos de sua morte, outorga-lhe o Conselho Universitário da UFRJ o título honoris causa, in memorian, recebido em nome de sua família, pela filha Anna Maria de Castro, incansável na preservação da memória do brasileiro considerado como uma das figuras mundiais mais ilustres do século XX.

O ano de 2008 marcou as comemorações do centenário de nascimento de Josué de Castro, cuja história e exemplo de vida emocionam as gerações que lhe sucederam.

O resgate de sua memória e o reconhecimento de seu papel como inspirador dos conceitos que fundamentam a luta pelo direito humano à alimentação adequada o tornaram, patrono do Conselho Nacional de Segurança Alimentar- CONSEA e de outros movimentos sociais organizados. Sua obra e trabalho também foram reverenciados por ocasião do lançamento do programa Fome Zero do governo federal. “Todo brasileiro tem direito a 3 refeições por dia”, proferiu à época, o então presidente da república Luis Inácio Lula da Silva, confesso admirador da vida e obra de Josué de Castro.

Em 2010, foi institucionalizado o projeto “Centro de Estudos e Memória Josué de Castro-CEMJC”, que deu lugar ao projeto, “Memorial Professor Josué de Castro- preservando a memória e o patrimônio histórico do INJC”, tem com o objetivo preservar a memória do patrono do instituto permitindo, inicialmente, a recuperação e conservação do acervo histórico institucional. O projeto CEMJC representa a reafirmação do compromisso do INJC em cultuar a memória de seu patrono, cidadão brasileiro e do mundo. Pretende-se, que o Memorial venha integrar o circuito de centros de memória e espaços museológicos da UFRJ, proporcionando aos usuários estudar e conhecer um pouco da história das unidades acadêmicas da UFRJ, de seus fundadores e da constituição de Universidade. Uma justa reverência ao brasileiro, médico, escritor, sociólogo, antropólogo, cientista social, filósofo, poeta, humanista que, no início do século passado, desenvolveu estudos interdisciplinares sobre o fenômeno da fome, da defesa ao direito à alimentação adequada, associados a reflexões sobre a paz, o desenvolvimento sustentável e a proteção ao meio ambiente, temas ainda tão relevantes nos dias de hoje e que fundamentam as políticas e ações de segurança alimentar e nutricional.

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